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Estamos
deslumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos deixando de lado a
televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados, não fossem mais tão
importantes ou como se já dominássemos suas linguagens e sua utilização na
educação. A televisão, o cinema e o vídeo - os meios de comunicação
audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante.
Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de
comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam
alguns valores em detrimento de outros.
A informação e a
forma de ver o mundo, predominantes no Brasil, provêm fundamentalmente da
televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que
crianças e jovens - e grande parte dos adultos - levam a para sala de aula.
Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é muito mais difícil
para o educador contrapor uma visão mais crítica, um universo mais abstrato,
complexo e na contramão da maioria como a escola se propõe a fazer.
A TV fala da vida,
do presente, dos problemas afetivos - a fala da escola é muito distante e
intelectualizada - e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral,
é mais cansativa. O que se tenta contrapor na sala de aula, de forma
desorganizada e monótona, aos modelos consumistas vigentes, a televisão, o
cinema, as revistas de variedades e muitas páginas da Internet o desfazem nas
horas seguintes. Na procura desesperada pela audiência imediata, fiel e
universal, os meios de comunicação hiper-exploram nossas emoções, fantasias,
desejos, medos e aperfeiçoam continuamente estratégias e fórmulas de sedução e
dependência. Passam com incrível facilidade do real para o imaginário,
aproximando-os em fórmulas integradoras, como nas telenovelas e nos reality
shows.
Diante dessas
linguagens tão sofisticadas a escola pode partir delas, conhecê-las, ter
materiais audiovisuais mais próximos da sensibilidade dos alunos. Gravar
materiais da TV Escola, alguns dos canais comerciais, dos canais da TV a cabo
ou por satélite e planejar estratégias de inserir esses materiais e atividades
que sejam dinâmicas, interessantes, mobilizadoras e significativas. A televisão
e a Internet não são somente tecnologias de apoio às aulas, são mídias, meios
de comunicação. Podemos analisá-las, dominar suas linguagens e produzir,
divulgar o que fazemos.
A escola precisa
observar o que está acontecendo nos meios de comunicação e mostrá-lo na sala de
aula, discutindo-o com os alunos, ajudando-os a que percebam os aspectos
positivos e negativos das abordagens sobre cada assunto. Fazer re-leituras de
alguns programas em cada área do conhecimento, partindo da visão que os alunos
têm, e ajudá-los a avançar de forma suave, sem imposições nem maniqueísmos (bem
versus mal).
Educar com novas
tecnologias é um desafio que até agora não foi enfrentado com profundidade.
Temos feito apenas adaptações, pequenas mudanças. Agora, na escola, no trabalho
e em casa, podemos aprender continuamente, de forma flexível, reunidos numa
sala ou distantes geograficamente, mas conectados através de redes de televisão
e da Internet. Podemos começar por formas de utilização das novas tecnologias
mais simples e ir assumindo atividades mais complexas. Experimentar, avaliar e
experimentar novamente é a chave para a inovação e a mudança desejadas e
necessárias. Caminhamos para uma flexibilização forte de cursos, tempos,
espaços, gerenciamento, interação, metodologias, tecnologias, avaliação. Isso
nos obriga a experimentar pessoal e institucionalmente a integração de tecnologias
audiovisuais, telemáticas (Internet) e impressas. Vivemos uma época de grandes
desafios no ensino focado na aprendizagem. E vale a pena pesquisar novos
caminhos de integração do humano e do tecnológico; do sensorial, emocional,
racional e do ético; do presencial e do virtual; de integração da escola, do
trabalho e da vida.
Referência: Escola de Comunicações e
Artes
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